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domingo, 20 de maio de 2012

Mulher mais idosa do Piauí completou 108 anos.


Mulher mais idosa do Piauí tem orgulho de ter ajudado no nascimento de mais de 200 bebês, a mesma é natural de Boqueirão do Piauí.
A mulher mais idosa do Piauí, Isabel Lúcia, que comemorou seus 108 no dia 10 de maio de 2012, anda com segurança dentro de sua casa na cidade de Boqueirão do Piauí (125 km de Teresina PI) e no quintal de sua residência cheio de árvores que plantou ao longo de décadas. Sua visão permite que distingue os objetos e as pessoas, que reconhece com facilidade pelo porte e pela fala e que ainda trabalhe como benzedeira usando ramos que plantou ao lado da residência para curar dores de barriga de crianças e mau olhado, já que no interior do Piauí há a crença que de uma pessoa possa adoecer uma criança bela e saudável.
Além de curandeira, Isabel Lúcia trabalhou como parteira e conta ter ajudado no nascimento de mais de 200 crianças. Ela diz que saíra de dia, de noite, na chuva, no sol para acompanhar o parto das mulheres que a chamavam.
“Não precisavam me dar dinheiro. Eu passei por muitas dificuldades porque tinha que andar na chuva, no escuro para chegar nas casas e ajudar no nascimento das crianças, não perdi uma sequer”, declara. Recorda que os pais ficavam tão satisfeitas que chegavam a dar R$ 50,00 pelo parto, mas a grande maioria era pobre e não tinha com retribuir o trabalho.
Lúcida, Isabel Lúcia conversa horas sobre a vida que levou, cercada dos 16 filhos que teve, sendo que 13 ainda estão vivos.
Isabel nasceu no povoado em São Félix, no município de Boqueirão do Piauí, e seu mundo era a roça. Filha de agricultor, Isabel teve um história precoce. Aos sete anos estava trabalhando na roça com os pais.
“Eu nasci trabalhando de roça. Comecei a trabalhar quando era deste tamanho. Meu pai só tinha filhas mulheres e coloca todas para roçar, pegar na enxada”, fala Isabel Lúcia, ao mostrar com as mãos o tamanho que tinha aos sete anos de idade.
Isabel Lúcia conta que com o passar do tempo não tem mais nenhuma irmã viva, nenhum cunhado vivo, nenhuma cunhada vica e conclui: “Só tem eu da minha família”.
Ela toma banho sozinha, se verste sozinha e as filhas e netas acordam cedo para retirar as roupas de dentro da casa porque Isabel Lúcia faz questão de lavar as próprias roupas e a família acha que é perigoso, que pode cair.
Essa vitalidade para quem nasceu há 108 anos é quase uma atração turística em Boqueirão do Piauí. Jovens e adultos entram em sua casa para saber como é possível viver tanto tempo de forma lúcida, com energia e memória prodigiosa.
“É só por Deus do céu, que me dá licença. Eu não faço nada mais para viver, é só a licença de Deus e Nossa Senhora. É Deus que dá a licença de viver”, fala Isabel Lúcia, que não fumou, nunca consumiu bebidas alcoólicas.
“Para se viver muito tem que se trabalhar muito, andar muito. Eu trabalhei muito porque tinha esse horror de filhos. Na época, tudo era difícil e trabalhava como burro de carroça, Em sempre trabalhei muito com meu marido, enfrentamos dificuldades, mas nunca aluguei um filho, ficaram todas dentro de casa”, diz Isabel Lúcia, que anda com uma bengala feita de uma vara resistente.
De São Félix, Isabel Lúcia se mudou para a localidade Pombas, onde se casou aos 12 anos com um lavrador de 20 anos. Ela recorda que o namorado pediu sua mão em casamento ao pai. Fala que o marido era um jovem bonito e no início do século passado o namoro de restringia ao casal conversar afastado e, no máximo dançar, sendo observada pela mãe ou por uma mulher da confiança dos pais.
“Eu casei porque realmente queria viver com meu namorado, não foi nada forçado. Nós namoramos, dançávamos. Eu chequei a namorar, mas com ele o namoro foi para casar, casei e com 16 anos, eu tive meu primeiro filho”, declarou Isabel Lúcia.
Ela se orgulha pelo fato de “nenhum médico ter tocado” em seu corpo durante os partos de seus filhos.
“Nunca um médico me alisou, graças a Deus”, falou Isabel Lúcia.
Fala que na época quando a mulher tinha filhos não ia mais para a roça, mas apenas cuidando das crianças e vendia tucum para ajudar no orçamento doméstico. “Naquela época dava muito legumes porque os invernos eram bons”.
A visão de paraíso foi violentamente alterada com as secas de 1915 e 1933, quando sua família comeu coroatá, uma fruta resistente à seca e com folhas com espinhos.
“Não tinha milho, não tinha feijão, as pessoas iam embora durante as secas. Não se tinha nada, as águas eram difíceis e só comida braba. Tinha uma cacimba que era perto e fornecia água”, declarou Isabel Lúcia.
Ela nunca votou porque quando as mulheres não votavam apenas os homens. Isabel Lúcia nunca tirou seu título eleitoral e nunca votou. “Quem votava era meu marido. Antes, as mulheres não votavam e quando votavam tinham que saber ler e escrever e em nunca aprendi nenhuma das duas. Não tinha essa arrumação de mulher votar, não só homem ”, falou Isabel Lúcia.
“Todo mundo era pobre, a riqueza só começou com Fernando Henrique e o Lula”, diz Isabel Lúcia.
Isabel Lúcia chega aos 108 anos sem saudades do passado. Ela diz que os habitantes de Boqueirão do Piauí sempre foram pobres e a riqueza só começou com a chegada dos presidentes Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e Inácio Lula da Silva (PT).
“A fortuna chegou quando Fernando Henrique Cardoso e Lula entraram. Foi quando as coisas melhoraram e enricaram o povo”, falou Isabel Lúcia.
“Quando eu nasci e cresci, as coisas não eram boas, todo mundo era muito pobre. Agora as pessoas estão ficando ricas, as mulheres~escolhem seus maridos, são quem convidam os homens para namorar, trabalham, ganham seu dinheiro. No meu tempo, meu pai trabalhava para os outros por um cruzado, torando paus dessa grossura no mato para fazer cercado para as pessoas ricas. Agora o trabalho mais pesado é fazer cerca de arame. O trabalho é mais pouco, as crianças recebe, bolsas para estudar. Nem dá para comparar”, falou Isabel Lúcia.
“Não sinto falta dos tempos atrás, agora está melhor. Naquele tempo, eu sofria muito, sofria muito de precisão porque não tinha nada e tinha muitos filhos”, diz Isabel Lúcia, acrescentando que sempre viveu em “chapada feroz” e a única cidade grande que conhece é Teresina PI.
FONTE: http://www.meionorte.com/efremribeiro

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