"Pisa
onde eu piso", aconselha a guia, que segue à frente na trilha. Por quê?
"Nas folhas, pode haver escorpiões ou cobras escondidos". Então,
contrariar para quê?
"Olha
essa marca na árvore. Foi feita por uma onça, possivelmente para afiar as
garras. Deve ter semanas."
Não é
à toa que a trilha foi batizada de Inferno.
A
caminhada é feita em mata fechada, com dificuldade moderada, e percorre locais
estreitos. Às vezes, é preciso abaixar-se para continuar.
No
final do percurso, a nossa passagem entre as rochas assusta um casal de
morcegos. É o caminho para chegar a uma grande formação rochosa que, em dias
chuvosos, forma uma cachoeira (banhos não são autorizados).
Os
sítios arqueológicos ao longo do caminho guardam figuras com traços geométricos
e cenas representando sexo, caça e dança.
Há
tanto pinturas no paredão quanto nos seixos (fragmento de rocha de arestas
arredondadas, com tamanhos bem variados).
Essa
região era utilizada por tropeiros para pernoites, que vinham em jegue ou a
cavalo e acabaram encontrando ossos humanos.
Ali
pesquisadores se depararam com dois sepultamentos primários (quando os ossos
estão articulados). Têm datações distintas: um com cerca de 7.000 anos e outro
com mais de 8.000.
O
Inferno, como se vê, é antigo.
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br
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