Suspeitos são de vários estados e realizavam assaltos no Piauí e
Ceará. Com os presos, a polícia encontrou dinheiro, armas e dinamites.
Uma operação realizada pela Polícia Civil em conjunto com a
Polícia Militar do Piauí resultou na prisão de 12 pessoas suspeitas de
integrar duas quadrilhas especializadas em assaltos a bancos, com integrantes
do Ceará, Bahia,
Piauí e São
Paulo. Os presos são suspeitos de realizar assaltos no estados do
Piauí e Ceará.
O trabalho da Polícia Civil foi realizado por cinco delegados do
Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), que atuaram em operações
simultâneas nas regiões Centro-Norte e Sul do Estado.
Armas apreendidas com os suspeito de integrar
quadrilha que roubava banco no Piauí (Foto: Gil Oliveira/ G1).
“Foram duas quadrilhas presas: o primeiro
grupo é suspeito de realizar o seu último roubo a uma agência bancária na
cidade de Aroazes-PI, que fica a 204 quilômetros de Teresina-PI. A outra
quadrilha foi presa após explodir uma agência na cidade de Caridade do Piauí, região Sul do
estado, que fica a 432 quilômetros da capital”, disse o delegado Menandro
Pedro.
De acordo com Menandro essa primeira
quadrilha é suspeita de roubar pelo menos três agências no estado. “Além da
agência em Aroazes-PI, eles confessaram que explodiram e roubaram as agências
das cidades de Santa Rosa do
Piauí, Francinópolise Sigefredo Pacheco,
que ficam mais próximas da capital”, disse Menandro.
Segundo a polícia, o grupo é formado
por seis pessoas que foram presas após o assalto na cidade de Aroazes-PI,
realizado no dia 23 de agosto. “O primeiro integrante da quadrilha foi pego
horas depois do crime em um matagal, após capotar o veículo roubado utilizado
no crime. Depois disso, realizamos buscas e conseguimos prender mais três
suspeitos já na região de Beneditinos,
distante cerca de 100 quilômetros de Aroazes. Eles
estavam fugindo na mata e não resistiram às prisões”, informou o Menandro
Pedro.
Os suspeitos informaram à polícia a
localização de uma casa no residencial Vale quem Tem, Zona Leste da capital,
onde foram presos mais dois integrantes da quadrilha. “Ao chegarmos ao local,
prendemos um casal e em poder deles várias dinamites, supostamente utilizadas
para explodir os caixas, além de armas e dinheiro. Foram apreendidas uma
submetralhadora ponto 40, além de uma pistola 380 e R$ 20 mil, em dinheiro”,
revelou o delegado.
Membros da Polícia Militar e Polícia Civil
participaram da coletiva (Foto: Gil Oliveira/ G1).
Prisões no Sul do Piauí.
Na região Sul do Piauí, as investigações foram comandadas pelo delegado Lucy
Keiko, com apoio da delegacia da cidade de Simões-PI e da Força
Tática da Polícia Militar de Paulistana-PI.
Na operação, cinco pessoas foram presas
suspeitas de assaltarem a agência bancária da cidade de Caridade do Piauí,
crime ocorrido no dia 25 de agosto. “Com o grupo formado por pessoas do estado
de São Paulo, Bahia, Ceará e
Piauí, nós encontramos cerca de R$ 40 mil, além de dinamites e armas. Além do
assalto na cidade de Caridade, os presos são suspeitos de realizar o mesmo
crime nas cidades de Caldeirão Caldeirão Grande,
no Piauí, e na cidade de Aiuba, no Ceará”, informou Lucy Keiko.
De acordo com o delegado Menandro Pedro
o que também chamou a atenção da polícia foi a apreensão de uma escopeta
calibre 12, banhada a ouro. “Isto mostra o forte poder de fogo desses
criminosos”, disse Menandro.
Capitão Felipe da Força Tática da PM de Paulistana-PI comandou a operação (Foto: Gil Oliveira/ G1).
Os policiais da Força Tática da Polícia
Militar de Paulistana-PI e
da delegacia de Simões foram os que realizaram as prisões. “Após o assalto em
Caridade, nós montamos várias barreiras e abordamos dois homens a pé que fugiam
para o Ceará com R$ 4 mil escondido no tênis. As outras prisões foram feitas
pela Polícia Militar”, disse o delegado de Simões-PI, Antônio Fernando.
As prisões do outros quatro suspeitos
foram realizadas pela PM. “Nós fechamos todas as saídas da cidade de Jacobina do Piauí,
e interceptamos um veículo Honda Civic. Na abordagem encontramos várias armas e
artigos utilizados para explosão dos caixas, que estavam em poder de quatro
pessoas”, destacou o capitão da Força Tática, Estenislau Felipe.
DIMINUIÇÃO DOS CRIMES:
Com as prisões das duas quadrilhas a
polícia acredita na diminuição dos crimes contra as agências bancárias e
Correios no interior do Piauí. “Essas pessoas estão fora de circulação, o que
deve diminuir os crimes. A maioria dos presos são pessoas experientes e cada um
tinha uma função. Os piauienses davam o suporte, sendo conhecedores da área e
ajudando nas fugas, já os suspeitos de outros estados realizavam as explosões.
Inclusive, um deles é técnico em eletrônica, conhecedor do sistema dos caixas
eletrônicos, e outro era um operário de mineradora que sabia manusear os
explosivos”, informou Menandro Pedro.
MATERIAL
UTILIZADO PARA EXPLODIR AGENCIAS BANCÁRIAS PELA QUADRILHA PRESA NO PIAUÍ (FOTO: GIL OLIVEIRA/ G1).
O delegado também informou que a Polícia Civil do Piauí conta com
a ajuda do Exército Brasileiro para descobrir a origem dos explosivos. “Esse
material tem numeração do lote e fabricação, por isso, requisitamos que o
exército nos ajude e descubra de onde esta carga foi desviada”, afirmou
Menandro.
Todos os detalhes da operação foram mostrados através de uma
entrevista coletiva para imprensa, realizada as 10h desta quinta-feira dia (29/08/2013), na
sede do Academia de Polícia Cívil.
Segundo o delegado do Menandro, todos os presos foram encaminhados
para a Casta de Custódia, Penitenciária Feminina e Penitenciária Irmão Guido,
em Teresina-PI.
O delegado também reclamou da falta de segurança nas agências do
Banco Bradesco. “Os criminosos escolhem as agências do banco porque não há
nenhum dispositivo de segurança. Não tem câmeras, portas detectoras de metal ou
vigilantes. A empresa nunca prestou apoio ou informação para a Greco sobre os
crimes e nem ao menos se interessa na elucidação dos casos. O que preocupa
porque além do prejuízos para as instituições, essas ações criminosas deixam
sequelas irreparáveis a população de cidade pacadas, que ficam com a sensação
de insegurança”, revela Menandro Pedro.
Por meio de nota, o Bradesco afirmou que não iria comentar as
declarações do delegado e disse apenas que “segue um plano de segurança
aprovado pela Policia Federal”.
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