Professores do Brasil Alfabetizado que atuam em 20
cidades piauienses denunciam que estão há cinco meses sem receber salários.
Outra reclamação é que a merenda destinada aos alunos do programa federal
prevista para ser entregue no início das aulas, em novembro do ano passado,
nunca chegou nas escolas. Segundo uma docente, que não quis se identificar,
cerca de 350 professores e 17 turmas de jovens e adultos sofrem com o problema
no estado.
"A bolsa mensal é de R$ 400 referente à 2h30 de aula por dia, que
acontece de segunda a sexta-feira nas zonas urbanas e rurais de Floriano-PI
e outras microregiões como Guadalupe-PI, Nazaré do Piauí, São Francisco do Piauí, Itaueira-PI
e Flores do
Piauí. Além dos salários atrasados, estamos tirando dinheiro do
nosso próprio bolso para comprar o lanche dos alunos, porque senão eles deixam
de frequentar as aulas. Tenho estudante de 75 anos de idade, que já trabalha o
dia todo, chega cansado na escola e sem incentivo acaba desistindo do
programa", revelou.
Ainda de acordo com ela, a única bolsa depositada foi referente ao mês
de novembro e mesmo após cobranças dos professores ninguém deu satisfação.
"O programa termina em junho. Em todos esses meses não deixamos de ministrar
aula um dia e de enviar a frequência. É inaceitável essa situação",
destacou.
Os professores ameaçaram que se nada for feito até o mês de abril
deixarão de enviar as frequências, que serve como comprovação das aulas
ministradas.
O G1 procurou
o órgão responsável pelo programa Brasil Alfabetizado no Piauí. A diretora geral da Unidade de
Jovens e Adultos da Secretaria de Educação, Rosimar Costa, confirmou o atraso
nas bolsas, mas de apenas quatro meses, e que o problema está no orçamento
federal.
"Somos apenas responsáveis pela seleção e cadastro dos professores
no programa, depois apenas ficamos com a função de enviar a frequência mensal
por e-mail ao Governo Federal. O próprio Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE) deposita o dinheiro da bolsa direto na conta do docente. Não
temos culpa do atraso", comentou.
Para Rosimar Costa, o programa possui quatro mil bolsistas em todo o
estado que atuam em 202 cidades. Ela declarou saber do atraso de apenas uma
parcela da bolsa e não de cinco como denuncia os professores, mas que já entrou
em contato com os responsáveis pelo projeto em Brasília.
"Eles informaram que é problema no orçamento e também estão
fazendo algumas verificações no cadastro dos docentes e alunos. Às vezes a
bolsa é bloqueada porque o professor aparece duas vezes na frequência, como aluno
e docente. Isto precisa ser analisado", disse.
POSTADA POR: Alonso Bisorão.
FONTE: http://g1.globo.com/pi
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