A
Polícia Rodoviária Federal realizou a Operação Hircus, que prendeu 148 pessoas
e apreendeu 163 veículos em mais de 50 cidades dos estados do Piauí e da Bahia. Deflagrada na
semana passada entre os dias 12 e 20 de dezembro de 2014, a ação da PRF localizou veículos que foram roubados
principalmente no Distrito Federal e São Paulo, e que posteriormente eram
vendidos a preços abaixo de mercado em municípios do interior nordestino.
A Operação Hircus mobilizou mais de 100
policiais rodoviários federais e agentes da Polícia Civil, que percorreram
rodovias e estradas de terra em cerca de 50 cidades no Sul do Piauí e Norte da
Bahia. Os policiais apreenderam carros em cidades, fazendas e chegaram a
encontrar desde veículos de passeio a caminhões para distribuição de água e até
mesmo uma BMW avaliada em R$ 140 mil. Os produtos roubados eram transportados
pelas quadrilhas até as cidades e vendidos por valores que variavam de 10% a no
máximo 40% do preço original.
De
acordo com o inspetor da PRF Fabrício Loiola, as vítimas da quadrilha não se
limitam apenas aos donos de veículos que foram roubados ou furtados, mas também
aos compradores, que em sua maioria, agindo de boa fé, adquirem os produtos
provenientes de ações ilícitas.
"Entre as muitas pessoas detidas,
nós acabamos identificando várias que agiram de boa fé. Existem vítimas dessa
prática delituosa tanto no local do roubo, aquela pessoa que teve seu veículo
roubado ou furtado e vítimas também na aquisição nesse esquema criminoso que
está levando prejuízo à sociedade", relatou o agente.
O inspetor frisou ainda que os
criminosos preferem agir em cidades pequenas e com trechos de acesso e
fiscalização limitados. A operação que durou seis dias teve como foco localidades
e estradas secundárias no Sul do Piauí e Norte da Bahia.
"É uma área ainda de difícil
fiscalização, então adentramos diversas estradas vicinais, onde as condições
são precárias, então os criminosos utilizam-se destas vias para desviar da
fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil e da Polícia
Militar para levar estes veículos até lá", descreve.
Durante a ação, 148 pessoas foram
detidas, e segundo a coordenação da operação, o desafio não se resume em apenas
localizar e apreender os veículos roubados, mas lidar com o mercado que se
estabelece de forma ilícita.
"Nenhum dos veículos foi adquirido à
força pelos moradores, que acabam aceitando porque eles são oferecidos com
desconto de até 40% do valor de mercado. Nós temos que acabar com o mercado
consumidor disponível e disposto a comprar este tipo de veículo. Então tem que
existir uma consciência da população que esse veículo tem origem ilícita,
prejudicando alguém", declarou o coordenador da operação, Cláudio
Piazzarollo.
Nas cidades tidas como alvo pelas
quadrilhas, os moradores recebem as ofertas dos veículos e nem sempre
desconfiam que o material é proveniente de roubos. Por suporem estar fazendo um
bom negócio, uma vez que os preços são menores, se comparados ao usual, os
compradores acabam dando continuidade e incentivando a ação dos criminosos.
"Eles
chegam oferecendo, dizendo que tem um carro barato, mas não dizem que é
roubado, só que é de um preço bom. Porque normalmente eles procuram moradores
do interior, sabendo que estas pessoas são menos informadas para passar esses
carros", declarou o oleiro Jociane Pereira Paz Lima.
Entre os veículos encontrados na
operação, alguns chamaram a atenção dos agentes, como uma BMW avaliada em R$
140. O carro de luxo que foi roubado em São Paulo foi localizado na cidade de
São Félix do Coribe, no interior da Bahia. Em meio às apreensões, foram
encontrados também três caminhões pipa pagos pela Defesa Civil para atuar no
combate à seca no Nordeste.
PUBLICADA POR: Alonso Bisorão.
FONTE: http://g1.globo.com/pi
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