“Enquanto se discute questões
administrativas sobre leitos, pessoas morrem no Piauí por falta de UTI”. A
declaração foi dada pelo presidente da Associação de Medicina Intensiva do
Piauí, Kelson Veras, durante o Jornal do Piauí desta quinta-feira (13/02/2014).
“Um resolução do Ministério da Saúde diz que cada
Estado deve manter de 1 a 3 leitos de UTI para cada grupo de 10 habitantes. No
Piauí temos 3,3 milhões de habitantes e 314 leitos oficiais. Esse parâmetro
está dentro do aceitável, mas mesmo assim, as pessoas continuam morrendo”,
analisa o médico.
O posicionamento do representante da categoria se
justifica após a TV Cidade Verde ter veiculado com exclusividade reportagem na
última quarta-feira em que mostrou leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
improvisados no centro de saúde.
“Do jeito que foi mostrado na matéria, apenas
conferimos um locais para esconder as mortes das pessoas. Lá, não se registra
nenhuma função vital. São locais de morte lenta. Podemos conferir apenas um
prolongamento da agonia da morte”, reagiu Kelson Veras.
O bacharel em Medicina defendeu que falta “vontade
politica” e “interesse” para que se garanta melhor estrutura no atendimento
especializado público à saúde. As UTIs do HUT estão em pleno funcionamento. O
HGV ainda não atende. Nesta quinta-feira, o Hospital Universitário da
Universidade Federal do Piauí (UFPI), abriu cinco leitos.
“Onde está o Conselho Regional de Medicina que não
vê isso? Onde está o Ministério Público Federal que não vê isso? Precisamos
também de mais vontade política. Nossos parlamentares devem se unir ir à
Brasília, e conseguir recursos para nossa saúde”, defendeu o médico.
Kelson Veras acrescentou, ainda, que o Estado não
deve mais contabilizar mortes enquanto se discute problemas de recursos entre
vizinhos como Piauí e Maranhão, que ainda divergem sobre atendimentos de
cidadão fora de seu Estado de origem.
“Temos que lutar por mais
leitos que garantam a sobrevida dos pacientes, quantos sejam necessários. Até
cirurgia são adiadas. Estou alertando porque essa situação é inaceitável. Temos
decisão da justiça dizendo que não pode morrer ninguém por falta de UTIs. Os
municípios têm que pagar, seja onde for. Não podemos aceitar que pessoas morram
enquanto se resolvem problemas administrativos entre estados e se constrói
novos hospitais”, disse.
FONTE: http://www.cidadeverde.com/
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