No
Piauí, a situação também é grave. Segundo o governo do Estado, 53 municípios
decretaram situação de emergência no último dia 21, a maioria na região
centro-sul.
O
fim do verão e a chegada do outono não amenizaram a estiagem que castiga mais
de 03 milhões de pessoas no semiárido nordestino. Segundo
levantamento feito nesta segunda-feira (26), pelo menos 250 municípios
decretaram situação de emergência por conta da falta de chuvas no verão. Há uma
semana, esse número era de 140. Muitos municípios que não decretaram emergência
também estão sofrendo com a estiagem, que já é considerada uma das mais severas
dos últimos anos.
No
maior Estado nordestino, cerca de 2,2 milhões de pessoas estão sendo atingidas.
Dos decretos, 158 já foram homologados pelo governo do Estado e encaminhados à
Secretaria Nacional de Defesa Civil para reconhecimento. Outros 11 decretos
municipais, com novas homologações, devem ser publicados em Diário Oficial até
a quarta-feira (28).
O
processo de reconhecimento de decreto de emergência dos municípios passa por
três etapas. Na primeira, os prefeitos decretam a situação de emergência. Em
seguida, cabe aos governos estaduais, por meio das defesas civis, homologarem o
decreto e enviarem ao governo federal. Por fim, cabe à Defesa Civil reconhecer
a situação com a publicação de portaria no Diário Oficial da União.
Nesta
segunda-feira, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho,
esteve em Salvador, onde assinou contratos para a liberação de R$ 10 milhões
emergenciais para combater os efeitos da seca, além de outros contratos para
obras, como a construção de barragens e 1.240 cisternas. Apesar da pompa da
visita, a liberação dos recursos já estava prevista há quase um mês, sem novo
anúncio de mais verbas para o Estado.
Segundo
a Defesa Civil Estadual, a situação nos semiárido baiano é grave, já que o
verão foi marcado por pouquíssimas chuvas. “A situação só vem piorando porque
não chove. E pior: nós não temos qualquer perspectiva de chuva para os próximos
120 dias. Estamos nos encaminhando para a pior seca dos últimos 30 anos, pelo
menos que se tem de registro”, disse o coordenador-executivo da Defesa Civil
Estadual, Salvador Brito.
Segundo
Brito, as cidades estão recebendo carros-pipa e algumas delas já fizeram pedido
de alimentos e ração para os animais. “Estamos aumentando a quantidade de
carros-pipa. Agora já começa a surgir com mais força o pedido por comida. E já
surge também até a necessidade de água para os animais, que praticamente não
têm mais onde beber. É um quadro que nos preocupa muito e de perspectiva pouco
animadora.”
No
Piauí, a situação também é grave. Segundo o governo do Estado, 53 municípios
decretaram situação de emergência no último dia 21, a maioria na região
centro-sul. Pelo menos 500 mil pessoas foram diretamente afetadas. No Estado, a
estiagem também já é considerada uma das piores dos últimos anos.
O
governo informou que a seca causou grandes perdas na produção agrícola, reduziu
as reservas de água e baixou o nível dos reservatórios em diversas cidades. A
Defesa Civil informou que há dificuldade de abastecimento para o consumo humano
e animal.
Diante
do cenário, o Estado criou um fórum especial para acompanhar a situação, com a
participação de vários órgãos locais e federais. O governo já pediu ao
Ministério da Integração Nacional o reconhecimento da situação de emergência e o
recebimento do cartão Defeso Civil, para assistência popular com o cartão é
possível comprar cestas básicas e pagar carros-pipa.
Para
os criadores de gado do sul do Piauí, os animais estão ameaçados de morte. Na
região, a pecuária é a principal atividade econômica. A estiagem também afetou
a produção de mel: segundo informou a Central de Cooperativas Apícolas do
Semiárido Brasileira, a estimativa é que a produção tenha caído em torno de 50%.
Já
em Sergipe, segundo a Defesa Civil Estadual, 14 municípios estão com decretos
de emergência em vigor. Nessas cidades, 87 mil pessoas estão sendo afetadas.
Em
Pernambuco, cinco municípios estão com decretos já reconhecidos pela Secretaria
Nacional de Defesa Civil, entre eles Petrolina, que é a cidade mais populosa do
semiárido nordestino, com 300 mil habitantes. Outros seis municípios também
decretaram emergência e estão com portarias em análise em Brasília.
Escassez sem
decreto.
O número de cidades em emergência no Nordeste só não é maior porque, segundo os governos municipais, existe uma orientação da Secretaria Nacional da Defesa Civil para que os locais que enfrentam a mesma situação todos os anos abram mão do decreto e recebam, sem prejuízo, carros-pipa do Exército.
O número de cidades em emergência no Nordeste só não é maior porque, segundo os governos municipais, existe uma orientação da Secretaria Nacional da Defesa Civil para que os locais que enfrentam a mesma situação todos os anos abram mão do decreto e recebam, sem prejuízo, carros-pipa do Exército.
É
o caso de Alagoas, onde a situação também é considerada grave pela AMA
(Associação dos Municípios Alagoanos), mas apenas um município decretou
emergência: Água Branca. Além da tradicional estiagem do início do ano, 18
municípios dos 33 do semiárido estão sem água desde o início do mês, quando uma
bomba do Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas) apresentou problema e
deixou mais de 300 mil pessoas sem abastecimento com os carros-pipa.
“O
problema é que a bomba está com problema e o manancial está sem água. Por isso,
os recursos para os carros-pipa estão liberados, mas eles estão sem poder pegar
água por conta disso. Enquanto isso, a população está sofrendo. Embora não haja
decreto, porque há um promessa de solução, esses municípios estão em situação
de emergência, pois não existe água nessas cidades”, disse Margarete Bulhões,
secretária da AMA e responsável pela coordenação dos municípios afetados.
Já
os Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba tinham um município, cada, em
situação de emergência –nenhum deles ainda reconhecido pela Secretaria Nacional
de Defesa Civil. Ceará e Maranhão não informaram nenhum caso e não possuem
municípios com portarias em análise para reconhecimento em Brasília.
FONTE: http://www.campomaioremfoco.com.br/index.php
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