O presidente interino do Sindicato dos Professores de Araguaína, Fabriciano Borges Correia de 39 anos, foi encontrado morto na manhã dessa quinta-feira dia 08/11/2012 em sua residência localizada na Rua Santa Inês no Setor Raizal. Segundo a Polícia, o corpo do sindicalista foi encontrado com os pés e as mãos amarrados com fio de energia, além do pescoço.
Conforme
a PM, o corpo foi encontrado estrangulado, com um fio amarrado no pescoço, além
dos pés e mãos que estavam atados. O material utilizado para o enforcamento
foi retirado do ventilador da vitima e de uma extensão elétrica. Quando a
polícia chegou ao local, portas da residência estavam abertas e as chaves
não foram localizadas.
De acordo
com a polícia civil, foram encontrados no local latas de cerveja. A televisão e
o som estavam ligados. A perícia colheu as impressões digitais no envelope e,
conforme o delegado pode ser requerido o exame grafotécnico.
A motivação do crime:
Fabriciano
era homossexual assumido, mas o delegado Fernando Rizéro Jaime praticamente
descartou a possibilidade de crime homofóbico e acredita que o ocorrido possa
ter ligações com questões sindicalistas e políticas. Aida segundo o delegado há
várias linhas de investigações, mas nenhum suspeito foi localizado.
A
Diretoria do Sindicato acredita também que o crime possa ter ligações
políticas. O presidente do Sintet teria recebido ameaças de dois prefeitos por
ter atuado no processo político que levou à perda da reeleição por tais
gestores. A Direção não divulgou nomes, mas disse que já repassou as
informações à polícia.
Manifestação do
Sindicato:
Em nota,
o SINET lamentou a morte do sindicalista e acredita ser mais um crime
homofóbico no estado. "Pelas características há indícios de que seja mais
um crime homofóbico no Tocantins. Fabriciano era natural de Floriano Piauí
e militava há mais de dez anos pelos direitos e valorização da Educação e dos
Educadores no Tocantins, " diz o comunicado do sindicato.
Perfil:
Fabriciano
era professor das redes pública municipal e estadual, diretor de Saúde do
Trabalhador do SINTET central, presidente do SINTET Regional de Araguaína,
conselheiro municipal da Educação de Araguaína, diretor da UNCME- União
Nacional dos Conselhos Municipais de Educação e conselheiro do FUNDEB.
Em
entrevista, o presidente da Associação Grupo Ipê-Amarelo Pela Livre Orientação
Sexual, Renilson Cruz, afirmou que as circunstâncias da morte do líder sindical Fabriciano Borges Correia, em Araguaína, possui
características semelhantes à homofobia. Cruz ressaltou também que 31
homossexuais já foram mortos desde o ano de 2002 no estado do Tocantins.
Características:
“Esse
crime carrega bastante característica da homofica, a forma que ele foi morto
com sinais de tortura e a vítima morava só,” lembrou Renilson, destacando que
no caso específico de Fabriciano, “não se pode afirmar que seja homofobia,
considerando que existem elementos que apontam para outros motivos, e cabe à
polícia esta averiguação.”
Todavia
Renilson pontua, “embora a homofobia seja mascarada na execução do crime por
motivos como latrocínio, passionalidade, estes crimes têm características
comuns, como a tortura, os métodos usados para a execução (enforcamento,
espancamento, facadas, golpes de facão etc) e os locais dos crimes (na casa da
vítima ou locais ermos).”
Ocorrências:
Segundo
o grupo Ipê Amarelo, durante os 10 anos foram registradas 31 LGBT’s
no estado do Tocantins, 8 gays foram mortos no Estado em 2011 e 2012,
sendo que a maioria dos assassinatos aconteceram na região no norte.
Segundo os dados, foram registrados no ano de 2011 um crime em Gurupi,
dois em Palmas e um em Araguaína. Já neste ano foram dois em Araguaína e a
mesma quantia em Tocantinópolis.
Nomes
das vítimas:
Segundo
os dados, as vítimas do ano de 2011 são Teoplistes Coelho Silva e Paulo
Sérgio Porto (Palmas), Sebastião Bezerra da Silva (Gurupi) e Dionei da Silva
Diniz –Kelly (Araguaína). Já a mortes registradas neste ano se
tratam de Cleides Antonio Amorim e Aldry Carvalho (Tocantinópolis), Charles
Moreira de Sousa-Paloma e Fabriciano Borges (Araguaína).
Caso
recente:
Outro
caso recente de crime homofóbico, que teve grande repercussão, foi o assassinato do professor da Universidade Federal do Tocantins,
Cleides Antônio Amorim, ocorrido no dia 5 de janeiro em Tocantinópolis-To
com uma facada em baixo do peito esquerdo, após uma discussão em um bar na
cidade.
FONTE: http://araguainanoticias.com.br
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