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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Florianense Presidente Sintet de Araguaína-TO é assassinado; corpo foi encontrado com pés, mãos e pescoço amarrados.


O presidente interino do Sindicato dos Professores de Araguaína, Fabriciano Borges Correia de 39 anos, foi encontrado morto na manhã dessa quinta-feira dia 08/11/2012 em sua residência localizada na Rua Santa Inês no Setor Raizal. Segundo a Polícia, o corpo do sindicalista foi encontrado com os pés e as mãos amarrados com fio de energia, além do pescoço.
Conforme a PM, o corpo foi encontrado estrangulado, com um fio amarrado no pescoço, além dos pés e mãos que estavam atados.  O material utilizado para o enforcamento foi retirado do ventilador da vitima e de uma extensão elétrica.  Quando a polícia chegou ao local, portas da residência estavam abertas e as chaves não foram localizadas.
De acordo com a polícia civil, foram encontrados no local latas de cerveja. A televisão e o som estavam ligados. A perícia colheu as impressões digitais no envelope e, conforme o delegado pode ser requerido o exame grafotécnico.
A motivação do crime:
Fabriciano era homossexual assumido, mas o delegado Fernando Rizéro Jaime praticamente descartou a possibilidade de crime homofóbico e acredita que o ocorrido possa ter ligações com questões sindicalistas e políticas. Aida segundo o delegado há várias linhas de investigações, mas nenhum suspeito foi localizado.
A Diretoria do Sindicato acredita também que o crime possa ter ligações políticas. O presidente do Sintet teria recebido ameaças de dois prefeitos por ter atuado no processo político que levou à perda da reeleição por tais gestores. A Direção não divulgou nomes, mas disse que já repassou as informações à polícia.
Manifestação do Sindicato:
Em nota, o SINET lamentou a morte do sindicalista e acredita ser mais um crime homofóbico no estado. "Pelas características há indícios de que seja mais um crime homofóbico no Tocantins. Fabriciano era natural de Floriano Piauí e militava há mais de dez anos pelos direitos e valorização da Educação e dos Educadores no Tocantins, " diz o comunicado do sindicato.
Perfil:
Fabriciano era professor das redes pública municipal e estadual, diretor de Saúde do Trabalhador do SINTET central, presidente do SINTET Regional de Araguaína, conselheiro municipal da Educação de Araguaína, diretor da UNCME- União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação e conselheiro do FUNDEB.
Em entrevista, o presidente da Associação Grupo Ipê-Amarelo Pela Livre Orientação Sexual, Renilson Cruz, afirmou que as circunstâncias da morte do líder sindical Fabriciano Borges Correia, em Araguaína, possui características semelhantes à homofobia.  Cruz ressaltou também que 31 homossexuais já foram mortos desde o ano de 2002 no estado do Tocantins.
Características:
“Esse crime carrega bastante característica da homofica, a forma que ele foi morto com sinais de tortura e a vítima morava só,” lembrou Renilson, destacando que no caso específico de Fabriciano, “não se pode afirmar que seja homofobia, considerando que existem elementos que apontam para outros motivos, e cabe à polícia esta averiguação.”
Todavia Renilson pontua, “embora a homofobia seja mascarada na execução do crime por motivos como latrocínio, passionalidade, estes crimes têm características comuns, como a tortura, os métodos usados para a execução (enforcamento, espancamento, facadas, golpes de facão etc) e os locais dos crimes (na casa da vítima ou locais ermos).”
Ocorrências:
Segundo o grupo Ipê Amarelo, durante os 10 anos  foram registradas  31 LGBT’s  no estado do Tocantins, 8 gays foram mortos no Estado em 2011 e 2012, sendo que a maioria dos assassinatos aconteceram na região no norte.  Segundo os dados, foram registrados no ano de 2011 um crime em Gurupi, dois em Palmas e um em Araguaína. Já neste ano foram dois em Araguaína e a mesma quantia em Tocantinópolis.
Nomes das vítimas:
Segundo os dados, as vítimas do ano de 2011 são Teoplistes Coelho Silva e Paulo Sérgio Porto (Palmas), Sebastião Bezerra da Silva (Gurupi) e Dionei da Silva Diniz –Kelly   (Araguaína). Já a mortes registradas neste ano se tratam de Cleides Antonio Amorim e Aldry Carvalho (Tocantinópolis), Charles Moreira de Sousa-Paloma e Fabriciano Borges (Araguaína).
Caso recente:
Outro caso recente de crime homofóbico, que teve grande repercussão, foi o assassinato do professor da Universidade Federal do Tocantins, Cleides Antônio Amorim, ocorrido no dia 5 de janeiro em Tocantinópolis-To com uma facada em baixo do peito esquerdo, após uma discussão em um bar na cidade.
FONTE: http://araguainanoticias.com.br

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