O advogado de Noêmia Maria da Silva,
suspeita de participação na morte da primeira-dama Gercineide Monteiro, afirmou
nesta segunda-feira (16/02/2015) que sua cliente nunca manteve um
relacionamento amoroso com o prefeito de Lagoa do Sítio-PI, José de Arimateas,
apontado pela polícia como o autor do disparo fatal. Para Renato Sátiro, Noêmia
disse não se lembrar de ter confirmado sua participação no crime e que estava
sob forte pressão quando admitiu ter guardado a arma do crime. Na nova versão,
Noêmia contou apenas que guardou um objeto, mas que não sabia se tratar de uma
arma de fogo.
José de
Arimateas é suspeito de ter matado sua esposa, Gercineide Monteiro, com um tiro
na cabeça enquanto ela dormia no dia 10 de fevereiro. A
empregada doméstica declarou em depoimento que guardou a arma do crime a pedido
do prefeito. Os dois estão presos em Teresina-PI.
O crime causou comoção em Lagoa do Sítio, a 240 km de
Teresina-PI. A primeira-dama foi velada na Câmara Legsislativa e na Igreja da
cidade. Muito conhecida no município, onde foi vereadora e era a atual
secretária de assistência social, centenas de pessoas acompanharam o seu
sepultameto.
Nesta segunda-feira (16/02/2015), o delegado Carlos
André e o advogado de defesa estiveram na Penitenciária Feminina de Teresina-PI
para ouvir depoimento de Noêmia, mas o investigador decidiu por não escutar a
suspeita, pois ela não teria novas informações a prestar. “Não havia porque
tomar anotações já que não existia um fato novo”, afirmou Carlos.
Para Renato Sátiro, o posicionamento do delegado foi
radical. “A autoridade policial radicalizou. Acho que a polícia precisa dar as
mesmas condições para todos. O prefeito foi ouvido com três advogados em três
oportunidades. Já Noêmia foi escutada duas vezes e na primeira ela foi
inquirida por quatro delegados, na presença de vários policiais e sem defensor.
Ela estava sob forte emoção e pressão. Ela quis esclarecer esses pontos, mas o
delegado não quis”, contou.
EMPREGADA NEGA RELACIONAMENTO.
Segundo o advogado, Noêmia Maria da Silva trabalhava há
sete anos na mesma casa, sendo que o seu marido trabalha no mesmo local, fatos
que mostram o quão é improvável a existência de um caso entre ela e José de
Arimateas.
“Ela é casada há 27 anos, é uma mulher
direita e nunca teve relacionamento nenhum com seu patrão. Seu marido mesmo não
aceita essa história. O prefeito envolveu seu nome nesse crime para tentar se
safar, mas as provas mostram que ele é o único culpado”, disse.
Segundo a investigação da Polícia
Civil, Noêmia teria escondido a arma usada no crime enrolada em uma toalha
entre o forro e o teto de um dos cômodos da residência do prefeito e da vítima.
Renato Sátiro afirma que ela de fato recebeu um objeto, mas que não sabia se
tratar de um revólver.
“Ela recebeu um objeto enrolado em uma
flanela e ordens de que guardasse aquilo muito bem guardado. O prefeito mesmo
disse que ‘decretou’ a Noêmia que guardasse aquilo. Ela é uma funcionária que
não sabe o que é insubordinação. Interessante que ele deu dois depoimentos sem
citar o nome dela, mas no terceiro decidiu envolvê-la, como uma estratégia para
se livrar da culpa”, contou.
Mesmo com a negativa do delegado Carlos
André, o advogado acredita que Noêmia deve ser ouvida novamente até o fim desta
semana. “Quero dizer que confio muito no trabalho da Polícia Civil, creio no
bom censo dos delegados. Acho que até quinta-feira eles vão concordar com um
novo depoimento, que ela tenha as mesmas condições com as quais o prefeito foi
ouvido”, finalizou.
PUBLICADA POR: Alonso Bisorão.
FONTE: http://g1.globo.com/pi
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