Conselho Regional de Medicina vai
apurar porque ambulância não foi enviada. Serviço explica situação.
Um representante comercial denunciou na tarde
desta quarta-feira dia (03/07/2013) ao Conselho Regional de Medicina (CRM) uma
médica plantonista da central do Samu por negligência durante pedido de ajuda
no bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina-PI.
Marcos Sousa conta que sua mãe, Maria
Quitéria de Sousa, aposentada de 73 anos, caiu da cadeira e bateu com a cabeça
no chão. Ela estava imobilizada por volta de 15h. O filho narra que ligou para
o Samu e foi informado pela telefonista que não possuía veículo. Depois, passou
o telefone para uma médica.
Ele explicou o que havia ocorrido com
Maria Quitéria de Sousa. Na versão do denunciante, a médica teria dito:
"Quem cai de uma cadeira não tem nada demais". Marcos ficou
enfurecido com a resposta e o diagnóstico por telefone e reclama que a médica
ainda deligou na sua cara.
Indignado, o representante comercial
ligou para o Corpo de Bombeiros solicitando uma ambulância. Dona Maria Quitéria
foi levada para o Hospital São Marcos, mas acabou internada no Hospital de
Urgência de Teresina (HUT).
O Samu informou que a quarta-feira foi
um dia atípico, com duas ambulâncias quebradas. Além disso, alega que, de
acordo com as informações prestadas por Marcos, o caso seria de queda e a
paciente apresentava "dores no pescoço", o que fez a médica indicar,
inicialmente, que não era caso para envio do veículo. Por fim, a médica teria
advertido que desligaria caso Marcos não baixasse o tom da voz.
José Ivaldo, diretor clínico do Samu
Teresina-PI, informou ao Cidadeverde.com que situações de discussão no telefone
são freqüentes nas ligações para o número 192. Em uma investigação preliminar,
ele obteve a informação de que Marcos teria desligado sem dar maiores
informações e depois ligado novamente, mas somente para reclamar. "Essa
pessoa voltou a ligar duas vezes, mas só falou com as telefonistas. Se recusou
a falar com a médica, apesar da insistência da telefonista", disse.
O diretor clínico do Samu relatou que
mais duas pessoas telefonaram sobre o caso, mas não estavam no local com a paciente
para dar informações, o que vai contra o protocolo nacional para o envio de
ambulâncias.
Ciente da denúncia feita ao CRM, José
Ivaldo informou que o Samu está de portas abertas para fornecer as informações
necessárias, mas não recebeu denúncia formal que ensejasse uma investigação
interna.
REGRAS PARA ENVIO DE AMBULÂNCIA:
O Samu só libera ambulância após o
médico (a) definir que o caso é prioritário para o atendimento. Mas o serviço
sofre com ocorrências que não existem ou de menor gravidade, que não
precisariam do resgate.
"Às vezes se descreve um quadro de
situação gravíssima e termina se convencendo o médico de mandar a ambulância
avançada, com UTI móvel. Quando se chega lá, não é absolutamente nada. Isso
acontece com bastante frequência e tira a possibilidade da ambulância atender
outro paciente de maior gravidade", diz José Ivaldo, ao explicar os
procedimentos para envio.
O diretor clínico pede que quem ligar
para o serviço confie no médico e siga suas orientações. "Desarme-se
quando ligar para o Samu. As pessoas não podem se chatear com a orientação.
Quando o médico diz que não é necessário usar ambulância, siga as orientações.
Se chatear, brigar, xingar, não vai o mudar o caso. (...) As pessoas podem
ligar sempre para o Samu, todas as vezes que necessário. Na maioria das vezes,
não é necessário ambulância".
José Ivaldo acrescenta que Teresina-PI
tem mais ambulâncias que o definido pelo Ministério da Saúde. Além disso, a
capital é uma das que mais envia ambulâncias no Brasil, em parte por também
atender casos não tratados em outros estados, como pacientes obstétricas.
FONTE: http://www.cidadeverde.com
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